| | Carta aberta à comunidade do CAp UERJ - de Walter e Pablo | |
| | Autor | Mensagem |
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Marcelo Buzzatti Admin
Mensagens : 52 Data de inscrição : 11/12/2007
| Assunto: Carta aberta à comunidade do CAp UERJ - de Walter e Pablo Ter Out 21, 2008 11:39 pm | |
| Prezados responsáveis, Divulgamos neste email a nova carta aberta escrita por Walter Kohan e Pablo Gentili, pais de alunos do Cap e também professores da UERJ. Esta carta reafirma de forma clara e detalhada as justificativas às reivindicações de excepcionalidade do CAp durante a greve. - Citação :
- Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2008
Carta aberta à comunidade do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira – Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CAP-UERJ)
A UERJ vive uma séria e profunda crise, produto de muitos anos de políticas públicas de desatenção e descaso, de abandono e maltrato por parte de governos estaduais que, descumprindo a lei e suas próprias promessas eleitorais, confiscam o direito da nossa sociedade a uma universidade pública de qualidade, inclusiva e democrática. O Estado do Rio de Janeiro, os que estão dentro e, também, os que estão fora da nossa universidade, sofrem hoje, como no passado, as conseqüências perversas deste abandono. Assim, as reivindicações e as demandas que detonaram a atual greve e mobilização do conjunto dos segmentos da casa (professores, alunos e funcionários) são, sem dúvida nenhuma, justas e necessárias.
Entretanto, depois de quase um mês de paralisação de atividades, devemos fazer um balanço criterioso e responsável acerca dos alcances e do impacto que o atual processo de mobilização teve e terá nas diversas unidades da UERJ. Como pais e mães, responsáveis de alunos e alunas do CAP, como professores e funcionários da UERJ e do próprio Instituto de Aplicação, subscrevemos esta CARTA ABERTA para contribuir com este necessário balanço e, também, para apresentar uma alternativa que, sem desconhecer as justas reivindicações e demandas que se articulam na luta pela defesa da UERJ, possa evitar conseqüências negativas que já vivemos no passado e que podemos repetir no presente.
Um balanço sobre a atual mobilização e greve por tempo indeterminado deve necessariamente partir do reconhecimento que a UERJ é uma instituição complexa, com unidades e setores muito diferentes entre si e profundamente heterogêneos no seu funcionamento, estrutura e organização. Não reconhecer estas diferenças, fazendo um diagnóstico que acabe negligenciando a especificidade de cada unidade, pode contentar nossa vontade militante, mas, certamente, constituir um péssimo insumo para consolidar e ampliar nossos justos objetivos. Um bom diagnóstico não garante o sucesso de qualquer luta democrática. Porém, um diagnóstico errado é, com certeza, o caminho iniludível ao seu fracasso.
O CAP é indiscutivelmente diferente do resto da Universidade. Não é melhor ou pior, menos ou mais importante. Simplesmente é diferente na sua estrutura institucional e normativa, no seu funcionamento, na especificidade do trabalho pedagógico realizado cotidianamente nas suas salas de aula, na relação entre os profissionais que nele trabalham e os alunos e alunas que ali estudam, na construção dos tempos e dos ritmos que regulam o processo de produção e transmissão dos conhecimentos, na disciplina que organiza as práticas pedagógicas, etc. Uma das grandes diferenças que existem entre o CAP e o resto da universidade parece inevitavelmente estrutural: o CAP atende uma população de crianças e jovens entre 6 e 18 anos.
Qualquer balanço do estado da atual greve que desconsidere este fato, além de errado, corre o risco de ser profundamente irresponsável.
Neste sentido, para as crianças e jovens que estudam no CAP, como para as crianças e jovens que estudam em qualquer escola do País, a organização e a vivencia do tempo político e pedagógico é muito mais longo e complexo que para os alunos de uma instituição de ensino superior. Assim, a interrupção do processo pedagógico por um período tão prolongado como o que vivemos na atual greve, gera conseqüências inevitavelmente graves na continuidade da aprendizagem e do processo de apropriação e produção de novos saberes; conseqüências muito mais severas quando se trata de crianças em período de alfabetização e letramento. Num curso superior, o aluno tem certa autonomia para aprender por si mesmo, para recuperar, ainda que com dificuldades os tempos perdidos (seja qual for a causa da perda). Pelo contrário, o aluno de ensino fundamental precisa de uma continuidade no apoio ao seu processo de aprendizagem que, se interrompido, não se recupera num tempo equivalente por uma decisão burocrática ou jurídica. Numa escola de ensino fundamental, seis meses seguidos de trabalho pedagógico não representam o mesmo que dois períodos de três meses interrompidos por um longo período de inatividade. Alem disso, a estabilidade emocional e psicológica, a autoconfiança e a integridade cognitiva e evolutiva de uma criança ou de um adolescente se vê sempre comprometida pela brusca e incompreendida quebra da escolarização e a impossibilidade de habitar um espaço social de importância crucial como é a escola.
Certamente, uma greve prolongada numa escola de ensino fundamental traz conseqüências penosas para toda a comunidade educacional, para além das condições efetivas de “recuperar” os dias perdidos e completar os 200 dias de aula que exige a lei. As tensões e as pressões vividas e sentidas pelo corpo docente e diretivo da escola são enormes; o desgaste do próprio movimento de resistência é cada vez mais evidente com o é a conseqüente fragilidade da comunidade escolar quando ela se enfrenta a uma polarização interna tão inútil quanto inevitável. Isto, longe de questionar o direito de greve, é uma observação que decorre da longa experiência de mobilizações e lutas que o movimento docente acumulou ao longo dos últimos anos, tanto no Brasil como em toda América Latina.
Desconhecer isto pode ser também uma penosa evidência da nossa dificuldade para aprender das experiências passadas, da nossa historia recente, das nossas conquistas e, também, das nossas derrotas.
Um movimento que justifica as graves conseqüências que a interrupção prolongada do processo de aprendizagem acabará tendo em crianças e adolescentes, como sendo “o custo” da luta, corre o risco de ser um movimento que perde o rumo da sua própria luta, que erra na identificação do inimigo e que perde um valor que deveria inspirar toda ação democrática: a sensibilidade e o respeito àqueles que nem sempre estão nas melhores condições de expressar suas demandas e necessidades, o cuidado pelo outro, seja qual for sua condição, o amor. Isso, companheiros e companheiras: o amor, porque sem um profundo sentido de amor pelo outro não há luta que faça o menor sentido.
É um desastre ético, que desonra a historia de lutas pelo direito à educação no Brasil, uma greve que parece insensível ao sofrimento e ao desconcerto que sofrem centenas de crianças e adolescentes ao ver sua escola, simplesmente, fechada; que aspira a resolver esta “contradição” apelando às explicações que os pais devem oferecer aos seus filhos em casa. Esta aspiração de um movimento grevista que pretende que as famílias, no jantar, discutam a atual greve e “convençam” aos seus filhos e filhas da pertinência e necessidade da mesma acaba tendo como efeito uma curiosa privatização da luta. Curioso movimento este que esquece que, poucos anos atrás, numa conjuntura semelhante, depois de três meses de greve, nada disto foi possível e a única conseqüência visível na nossa instituição foi o desgaste, a apatia e a atitude cínica de alguns poucos que acharam que a luta tinha sido vencida, sem dizer nunca contra ou a favor de quem.
Não parece mais do que um desastre político uma greve que gera um enfrentamento entre país e professores e que, num clima de desgaste progressivo, acaba sendo avaliada por boa parte das famílias, dos professores e funcionários e dos próprios alunos e alunas como havendo sido uma experiência frustrante e banal.
Não há, na história recente das valentes lutas dos movimentos universitários e não universitários na América Latina, nenhum movimento sindical que tenha feito uma greve por tempo indeterminado e prolongado por vários meses numa instituição de educação básica. Inclusive, na história recente das greves em universidades públicas brasileiras, os Colégios de Aplicação não interrompem suas atividades, como é o caso, no Rio de Janeiro, do Colégio de Aplicação da UFRJ e do Pedrinho, nas últimas greves de ambas as instituições.
As greves que aspiram a conquistar as demandas que as motivaram se fazem com a escola pública e desde a escola pública. Sempre pela escola, nunca contra a escola. Quando os alunos e as famílias não conseguem identificar de forma correta o “inimigo”, tendem a pensar tragicamente que o “inimigo” é o próprio movimento grevista. E isto é um sinal de derrota, não de sucesso na defesa do direito a uma universidade pública e de qualidade para todos.
Há um mês que o CAP está, simplesmente, fechado. A diferença do resto da UERJ, nele não se pode entrar nem circular. Só funciona a Direção e alguns setores administrativos. O resto está fechado, trancado, abotoado, cheio de nada, invadido pelo silêncio. E, como dizia o grande educador Paulo Freire, quando uma escola está em silêncio nosso coração deve ficar apertado, nossa esperança deve sofrer, porque essa é uma escola quase morta, pobre de toda felicidade, triste, melancólica. É uma escola sem escola.
A luta pela defesa da UERJ é uma luta de todos.
Por isso, em vez de estar paralisado, o CAP poderia contribuir a essa luta assumindo seu papel de formador ativo do espírito crítico e criativo de nossos filhos e filhas. Hoje, mais do que nunca, devemos encher o CAP de alunos, de professores, de funcionários, de país e irmãos. Defender a UERJ supõe defender cada unidade com aquilo que ela tem de mais forte. No CAP nossa potencia é o barulho, o riso e os gritos, a aprendizagem e a dúvida que cada dia se constrói na sala de aula, os silêncios quase imperceptíveis e as descobertas coletivas, o conhecimento produzido e o conhecimento desconstruído num espaço de potencialidade revolucionária: a relação, o vínculo entre os professores e seus alunos. Essa é a matéria mais contundente que deve preencher nossa luta pela defesa da escola pública.
Pensar que o CAP se defende como se defende um curso de pós-graduação é desconsiderar o potencial que possui o trabalho cotidiano na sala de aula numa escola de ensino fundamental e, desta forma, ignorar as mediações políticas e pedagógicas que regulam o trabalho acadêmico numa universidade.
Não poderemos formar alunos e alunas críticos e criativos para a luta pela defesa do direito à educação (deles mesmos e de todos os seres humanos) se abrimos mão de garantir a presença deles na escola, se os trancafiamos na solidão de dias inteiros perante a televisão e os vídeo-games, esperando o horário do jantar, quando o pai e a mãe tentarão contar a eles o sentido revolucionário da gesta vivida por aqueles que “defendem à UERJ dos seus verdadeiros inimigos”.
Fechar o CAP é começar a perder a luta. Ocupar a escola é começar a recuperar uma força e uma esperança para que este movimento, seja qual for seu resultado, tenha valido a pena.
Como pais e mães, responsáveis de alunos e alunas do CAP, como professores e funcionários da UERJ e do próprio Instituto de Aplicação, subscrevemos esta CARTA ABERTA para contribuir à necessária defesa da nossa Universidade. Para isto pedimos o imediato retorno às atividades nesta unidade, retomando as aulas e definindo um calendário ativo de debates e atividades pedagógicas que, em cada turma e para o conjunto da instituição, analise as causas e as razões que motivaram o presente movimento de resistências, fazendo com que este seja conhecido e discutido por todos e todas, exercendo seu direito inalienável a estar e fazer parte da escola, como oportunidade inadiável para o exercício sempre digno e necessário da sua cidadania.
VAMOS ENCHER O CAP DA LUTA PELA DEFESA DA UERJ!
VOLTA ÀS AULAS JÁ!
Assinam, Walter Kohan (pai de Valeska, turma 41 e Giulietta, turma 23) Pablo Gentili (pai de Mateo, turma 51)
Caso você deseje manifestar seu apoio à carta, deixe sua assinatura no site: www.PetitionOnline.com/capUERJ/petition.html | |
| | | Simone
Mensagens : 47 Data de inscrição : 18/07/2008
| Assunto: OUTRAS CARTAS < OUTRAS REALIDADES>>>UM SÖ CAP! Qua Out 22, 2008 9:55 pm | |
| Já devolvi a carta para secretaria da APP. E enviei a carta do professor César. Outras cartas de professores do CAP estão repudiando esta farsa que estão chamando apoio ao CAP. Ao final ficaremso sozinhos com uma comunidade esgarçada e dividida. E a academia? Escrevendo artigo para virar professor associado a escola voltará a estar cheia de problemas e sem apoio. Espero que a APP não se iluda e saiba que está contribuindo para divisão entre professores e pais. Isto é triste porque EFETIVAMEnte quem segura a educação escolar dos nossos filhos concordam com esta carta. Segue a carta do Professor César ...depois mando outra que recebi Simone Fadel mãe do aluno Pedro da 61- Professora da UERJ/FEBF "Como professor do CAp-UERJ, venho manifestar minha indignação com o teor da “Carta aberta à comunidade do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira – Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CAP-UERJ)”, assinada por Walter Kohan e Pablo Gentili, pais de alunos do CAp. Concordo com a professora Marcia Moraes quando diz que não gostamos de greve, lamentamos a greve e que seria ótimo se não precisássemos fazer greve. Porém, o descaso do governo estadual que nos impôs oito anos sem reajustes salariais vem solapando a qualidade do ensino, não só do CAp, mas de toda a UERJ. Uma análise da carta deixa claro as intenções de um discurso preocupado com a pedagogização e psicologização da nossa luta por melhores condições de ensino e trabalho, visando o enfraquecimento de seu componente mais importante, que é o aspecto político. Para atender a esse fim, nem mesmo Paulo Freire foi poupado, dando a entender que o pensador, ao refletir sobre o “silêncio” da escola, era contra o movimento grevista em nossa área de atuação profissional (será que ele era contra as férias escolares também?). Causa indignação, também, a acusação de que somos “insensíveis” ao sofrimento dos nossos alunos, que nos falta “amor” e “cuidado” para com eles. Estas afirmações permitem entender o sentido do “conceito” de “inimigos”, implícito na carta, mas aproveito para lembrar que o inimigo é outro, já que constitucionalmente a garantia do direito à educação é responsabilidade do Estado (no nosso caso, o governo do estado do Rio de Janeiro). Nesse sentido, peço, além do respeito, o favor de direcionarem suas justas reivindicações para os verdadeiros responsáveis diretos da situação na qual nos encontramos. Por fim, recuperando um pouco da história da educação pública na América Latina, citada na carta, Sarmiento, considerado o “pai da escola pública” na Argentina, já reconhecia, no século XIX, que com docentes mal pagos, obrigados a ensinar em edifícios em mal estado e sem o suporte estatal necessário, a tarefa educativa é impossível. Pela manutenção da greve e por condições dignas de trabalho que nos permitam fazer possível a nossa tarefa de ensinar."
Cesar Alvarez Docente de Geografia do CAp-UERJ | |
| | | Simone
Mensagens : 47 Data de inscrição : 18/07/2008
| Assunto: OUTRAS CARTAS < OUTRAS REALIDADES>>>UM SÖ CAP! Qua Out 22, 2008 10:01 pm | |
| Mais uma.... PARA PENSARMOS>>>> Simone Fadel
"Eu detesto greve... Alguém que tenha responsabilidade profissional gosta de greve? Tenho certeza que não. Não gostamos de greve. Lamentamos a greve.
Quem dera não precisássemos fazer greve e tivéssemos excelentes instalações físicas no CAP e nos campi da UERJ. Não vejo pais ou responsáveis tão preocupados com esse fato a ponto de reinvidicarem, com a veemência que ora percebo, e junto às autoridades, que tenhamos um colégio espaçoso, com iluminação adequada, com paredes sem infiltrações, com elevadores funcionando, com latas de lixo que comportem o lixo, com banheiros dignos (Por incrível que pareça, às vezes precisamos de um.).
Quem dera não precisássemos fazer greve e pudéssemos contar com materiais variados para dar aula. Por exemplo, apesar de comprovado o efeito prejudicial do cal para os brônquios, mãos etc., continuamos a ter "quadro-de-giz" nas salas do CAP. Não vejo pais ou responsáveis preocupados com esse fato, a ponto de elaborarem planos de ação ou redigirem cartas para reivindicarem mudanças nesse sentido. Aliás, o pó do giz com o ar condicionado é uma mistura muito ruim.
Quem dera não precisássemos fazer greve e nosso salário fosse reajustado de forma correta. Assim, não precisaríamos trabalhar em duas ou três instituições, além da UERJ, de forma que o sustento de nossa família fosse possível. Incrível lembrar que houve um tempo em que era possível nos dedicarmos totalmente à UERJ.
Quem dera não precisássemos fazer greve e não ouviríamos que um grupo de estudantes tem maior ou menor autonomia para aprender, porque a gente sempre acredita, e defende, que a função docente é primordial e necessária nas salas de aula, independente do grau de ensino, até mesmo nas tutorias dos programas a distância. Acredito que meu trabalho é necessário igualmente em todos os níveis de ensino nos quais trabalho: básico, graduação e pós-graduação.
Quem dera não precisássemos fazer greve.
A única coisa que ainda não consegui vislumbrar – e são mais de 25 anos de trabalho no CAP – é o motivo pelo qual jamais vi, fora dos tempos de greve, pais e responsáveis apresentarem tantas sugestões de luta para que as condições da UERJ, em geral, e do CAP, em particular, fossem melhores. Eu gostaria de ver esse tipo de preocupação constantemente porque, então, eu conseguiria concordar com as reivindicações dos pais e responsáveis nos períodos de greve.
Quem dera não precisássemos fazer greve."
Marcia Moraes Docente de Língua Portuguesa Ex- Vice-Diretora do CAP | |
| | | tlean12
Mensagens : 26 Data de inscrição : 17/07/2008
| Assunto: Por um só Cap Sáb Nov 01, 2008 9:21 pm | |
| Respiro fundo! E penso em Vinícius de Moraes: "A vida é a arte do encontro embora haja tanto desencontro pela vida". Se nós que temos objetivos relativamente comuns... digo, pelo menos quanto à busca de um ensino de qualidade, não conseguimos nos entender, imaginem se há espaço para interlocução com o governo, que nem sempre ou quase nunca tem esta pretensão! Deixem que este ponto faça um elo... por favor! Os pais que buscaram e buscam o Cap/ Uerj, têm este pensamento em mente... os profissionais que lá trabalham.... apesar dos pesares.... lá estão por acreditarem que lecionam em Instituição considerada de qualidade. Outros fatores financeiros existem, obviamente, mas quero ficar com os primeiros. Não creio que a defesa ou o ataque façam qualquer sentido, neste estado de coisas. Apesar disto quero lembrar que os pais estiveram presentes para fazer as instalações e projetos como o da climatização. Sei que é pouco, e concordo que nosso povo tem pouca ou quase nenhuma postura política, sequer conhecem o poder que possuem, enquanto cidadãos. O poder de exigir. Mas se é na escola que deveriam estar aprendendo a exercer o mesmo, ainda mais quando vivemos momentos de tantos desrespeitos à cidadania, e se esta escola se enclausura e não coloca seus alunos como participantes deste processo, o que esperar das gerações futuras? Ouviremos daqui há anos a mesma colocação da ilustre professora acerca da passividade geral!!! Que patético! Não vejam como crítica, a intenção é mostrar o arco "ad infinitum", que tal situação gera, e mais falar sobre a sensação de vazio, de falta de esperança. As colocações possuem diversos ângulos de leitura. Procuremos ser condescendentes. Os pais, na carta aberta, de modo algum se colocam contra os professores!!! Reclamam das condições de abandono e apoiam as reivindicações. Por outro lado não há como concordar que as crianças fiquem esquecidas neste processo, até porque é bom lembrar que é o fato delas existirem, enquanto alunos, que justifica a existência da escola. Não queria ser óbvia... desculpem! Também penso que as ações devam ser contra este desgoverno caótico. E creio que a carta tem este cunho!!
Cito abaixo o texto que postei na pág. do unindo... com as devidas marcações do último boletim da asduerj.
Surreal a situação que atravessamos. De um lado temos alunos e pais desesperados, professores sem rumo e de outro temos muita confusão. Quero deixar bem claro que embora perceba que a greve tem servido para expor toda sujeira envolvida na Educação pública, sabemos que existem outros mecanismos capazes de cumprir tal finalidade sem expor as crianças aos enormes prejuízos já tão salientados. Isto posto acho importante notar que o PCD (plano de carreira docente) anunciado pelo governo, conforme dito pelo Gondra, e pelo meu marido, prof. da UERj, é um engodo, para muitos que lecionam há anos, décadas, e que não teriam qualquer chance de progressão, ou que esta se daria de modo muito lento, inviabilizando progressões, ou desestimulando os profissionais. Não creio que se trate, neste caso, de brios feridos, pois se assim o fosse, em pouco tempo se resolveria a questão. É lógico que é importante o respeito à autonomia universitária, mas já que vivemos num sistema pernicioso, onde o desrespeito e a falta de ética impera, até se entenderia a inversão de posturas, desde que se cumprisse com o justo. Ocorre que o que vemos, em simples leitura do boletim, nos remete a pensar que não se pretende resolver a questão, muito menos definitivamente, e ainda menos de modo urgente.... Vejam que a discussão em torno do PCD deve levar meses... E nossas crianças?????!! Onde estão os responsáveis por isto? Creio que devemos pedir indenização!!!!! As olimpíadas são necessárias, importantes, mas no atual estado de coisas, é de menor valor, que se faça boicote! Ou no mínimo que sejam realizadas nos finais de semana, e pela volta às aulas, já!!! Leiam o boletim e reflitam: Deputados na Uerj Reitor não comparece à audiência e surpreende parlamentares e comunidade Comissão realizará audiência para debater plano de carreira "É algo mais do que simbólico a realização de uma audiência pública da Comissão de Educação da Alerj, na Uerj; é uma reiteração da importância que tem a universidade para esta comissão e do compromisso que aqui firmamos com a resolução dos seus problemas; é uma pena que o reitor não tenha esta avaliação". A declaração do deputado Marcelo Freixo (Psol) sintetizou o sentimento da platéia que lotava o auditório 53 do Pavilhão João Lyra Filho, atônita com a ausência do reitor Ricardo Vieiralves na audiência realizada na manhã desta quarta-feira (29/10). Para o deputado, a ausência causa ainda maior estranheza, pois a atividade havia sido adiada na última semana a pedido da reitoria. "Não podemos considerar isto como um problema de agenda, mas uma questão de posicionamento político", afirmou o parlamentar. Além de Freixo, participaram da audiência os deputados Comte Bittencourt (PPS), presidente da Comissão, e Alessandro Molon (PT). Entidades lutam por recomposição do orçamento No início da audiência, que teve como principal ponto de pauta o orçamento da Uerj para 2009, as entidades representativas entregaram aos parlamentares propostas de emendas ao orçamento encaminhado, pelo governo, à Alerj. A presidente da Asduerj, Inalda Pimentel, lembrou que, no documento apresentado pelo governo, foi cortada mais de 50% da proposta aprovada pelo Conselho Universitário em julho. Os números apresentados pelo executivo sequer garantem o pagamento da folha da universidade no ano que vem, mesmo que não haja qualquer reajuste, destacou a docente. "A Uerj deve ser tratada pelo governo como investimento e não como despesa", afirmou o representante do DCE, Rafael Maques. O deputado Comte Bittencourt destacou que, ao contrário, de anos anteriores, até o momento a administração da universidade não apresentara emendas ao Orçamento. Cortes e prejuízos Os sucessivos cortes no orçamento vêm provocando prejuízos que já comprometem a excelência dos serviços prestados pela universidade, como ressaltaram alguns presentes. A inexistência de concursos públicos para preencher vagas geradas por aposentadorias e falecimentos de servidores, por exemplo, é um dos mais graves. Segundo o coordenador do Sintuperj, Jorge Luís de Lemos, o Gaúcho, só no Hospital Universitário Pedro Ernesto já existe uma defasagem de mais de 280 auxiliares de enfermagem. "O trabalho é feito hoje quase que exclusivamente por funcionários contratados", afirmou. A deturpação também é verificável no corpo docente de algumas unidades, como a Faculdade de Formação de Professores, onde 50% dos efetivos são contratados, informou a professora Inalda Pimentel. Plano de Carreira O Presidente da Comissão de Educação, deputado Comte Bittencourt (PPS), comprometeu-se a realizar, em breve, uma audiência pública para discutir o Plano de Carreira Docente na Alerj. Os parlamentares mostraram-se surpresos ao serem informados de que o PCD não percorrera os trâmites normais de elaboração. "É inadmissível que isto ocorra numa universidade pública e autônoma", declarou o deputado Alessandro Molon (PT). Comte Bittencourt afirmou que, se for necessário, convocará o reitor à audiência para prestar esclarecimentos sobre a tramitação do Plano. "Caso ele não compareça espontaneamente como acreditávamos que ocorreria hoje, teremos que exigir a sua presença como ocorreu recentemente com a secretária de Educação, no caso da merenda escolar. Esta também é uma função do legislativo. A Uerj não é um assunto exclusivo de seus servidores e estudantes é, acima de tudo, uma questão de interesse público", afirmou o deputado. Plano de Carreira II Apesar do pouco tempo de contato com a proposta de PCD do governo/reitoria, algumas deficiências foram destacadas pelos parlamentares. "Fiquei perplexo com a inexistência de Dedicação Exclusiva. É impossível existir um centro de produção de pesquisa sem DE", destacou Molon. Para o deputado, a discussão do plano não pode encobrir a questão do reajuste. "Os novos concursos públicos para as universidades federais, irão retirar muitos talentos da universidade, caso esta defasagem salarial permaneça", afirmou. Para Comte Bittencourt, dificilmente o projeto será votado nas próximas três semanas. Segundo ele, será necessária a ampla discussão do projeto. "Caso permaneça como está, não votarei neste plano". Membro do Consuni contesta parecer da Dijur O representante do IFCH no Conselho Universitário Pedro Senne apresentou à presidência do Consuni uma contestação ao parecer da Dijur que questiona a validade do documento assinado por conselheiros, solicitando a convocação do fórum máximo de deliberação da universidade. Na contestação, o conselheiro admite alguns reparos feitos pelo parecer como a assinatura de dois estudantes com mandato já expirado e a de um titular e seu suplente, além de uma dupla assinatura. Excluídos estes nomes, ainda haveria vinte e uma assinaturas, suficientes para a solicitação da convocação, segundo os regulamentos da universidade. O parecer do diretor da Dijur, Maurício Mota, entra em contradição, quando desqualifica assinaturas dos suplentes, afirma Senne. Mota em um momento invalida a assinatura do suplente, a quem chama de "conselheira suplente", e em outro considera o suplente como não pertencente ao colegiado. Na contestação ao presidente do Conselho, Senne afirma que "o parecer desvia-se da coerência e da convicção e deve ser desconsiderado por mal apreciar ato legítimo, previsto nos regulamentos da universidade". Na assembléia, realizada nesta quarta-feira (29/10), os docentes decidiram adotar iniciativas para ampliar o número de assinaturas para a convocação do conselho. A lista completa dos representantes docentes está disponível na página da Asduerj, destacados os nomes dos que já assinaram a solicitação. Por democracia, reajuste e dedicação exclusiva A assembléia docente realizada nesta quarta-feira, 29/10, aprovou por unanimidade a luta pela inclusão do regime de dedicação exclusiva no plano de carreira dos professores da Uerj. Os docentes reiteraram a defesa da democracia na universidade, fortemente aviltada com o descarte da proposta do PCD aprovado pelo Conselho Universitário. Foram apresentados estudos da comissão formada na última assembléia para analisar a proposta do governo/reitoria. Além da ausência da DE, o grupo apontou outros pontos problemáticos, dentre os quais, a quebra da isonomia salarial entre as classes; a diferença do número de níveis para cada uma delas e a possibilidade de que professores 20h darem aulas apenas para a pós-graduação, o que está em desacordo com as normas da Capes. O parcelamento dos novos vencimentos até 2011 também foi alvo de críticas. "Descontada a inflação projetada, o que sobra de diferença tende a zero", disse André Malino, da Faculdade de Educação. Para Luiz Fernando Dorvillé, da FFP, o recado dado pelo plano do governo/reitoria à categoria, com exceção de uma minoria de docentes é: "Saiam da Uerj". Para muitos, a desvalorização dos cargos de professor auxiliar e professor assistente descrita na proposta incrementará a fuga de profissionais da Uerj. Há prejuízo também para os docentes aposentados. Por decisão da assembléia, a análise do projeto de lei do governo terá continuidade, com o acréscimo de contribuições de outros docentes. O estudo será apresentado aos deputados estaduais e estará disponibilizado na página da Asduerj. Caso a decisão do Consuni seja desrespeitada e este outro plano aprovado, a assembléia aprovou a negociação de emendas que atenuem as graves distorções do projeto de lei, feito à revelia do conjunto dos docentes. Os docentes avaliaram que, dado o fato de que este plano vai afetar significativamente a vida e o futuro da Uerj, é preciso que o movimento docente, organizado pela Asduerj, intervenha, para tentar a garantir algumas condições mínimas previstas na proposta aprovada em dezembro pelo Consuni, ainda que agora esbarremos nas limitações impostas por posturas autoritárias do governo e da reitoria. Veja as demais deliberações em www.asduerj.org
Contando Moedas Após Sérgio Cabral ter assinado projeto de lei que define cargos e salários para os docentes da Uerj, um professor do Instituto de Matemática e Estatística postou, no site globo.com, os valores do reajuste que a classe teria de acordo com o referido projeto, já encaminhado à Alerj. Veja:
Salário atual Diário Mensal Semestral Prof. Auxiliar 2.507,95 0,50 15,13 90,76 Prof. Assistente 3.147,27 0,72 21,50 129,02 Prof. Adjunto 3.934,07 1,13 33,82 202,92 Prof. Titular 4.917,61 2,17 65,01 390,06 | |
| | | Simone
Mensagens : 47 Data de inscrição : 18/07/2008
| Assunto: oba! todos querem participar! Sex Nov 07, 2008 6:27 am | |
| Some seus pontos e decida: 1- os pais querem ajudar? (sim 4 pontos) Nào 0) 2Tem a real consciência do que significa ter seu filho estudando em um colégio público nestes país? ( sim 4 - não 0- mais ou menos 2) 3-Sabem que , infelizmente, as verbas para Educação ou políticas de educação sempre foram arrancadas e nunca se constituíu um dever do ESTADO- ( sim 4- não 0) 4-Acreditam que os professores estão perdidos, pois : frequentam as assembléias ( 3) escutaram falar( 1) adororam Argentinos , inclusive o Maradona. (o) Se você fez 0 pontos pode: ( ) se mudar para a Argentina fazendo uma permuta com o professor da carta ( ) mudar seu filho de escola ( ) parar de encher o saco e participar de fato Brincadeirinha, só pq SÖ ENCONTRO a a Rosangela e o Marcelo nas Assembléia... Os outros ficam nas lamúrias e ainda fazem análise política CONTRA ( sem rodeios GALERA!) os professores dos seus filhos. Não adianta respirar fundo porque "aqui na terra ....as coisa tá feia". Quer ajudar ...ajuda, já tá postado as atividades da semana. E ainda podemos enfiar o dossiê CAP gela abaixo dessa retoria .... Conseguiram desarticular o CAP e os pais estão ficam longe da história. Contribuição =ZERO! | |
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